A sabedoria popular consagrou que “errar uma vez é humano, persistir no erro é burrice!”. Infelizmente, esta máxima teima em se fazer valer a todo instante.
O Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores decidiu intervir no Maranhão, obrigando o apoio a Roseana Sarney, do PMDB. Indo contra a decisão que o PT do Maranhão, de forma democrática, definiu em seu encontro estadual pelo apoio a Flávio Dino, do PCdoB.
A decisão não teve unanimidade, pelo contrário, foi aprovada por força de maioria com 43 votos a 30, e apenas dois em cima do muro. As justificativas dadas por dirigentes da força hegemônica (CNB) foram extremamente frágeis.
A resolução justifica a escolha pela Roseana é devido “(...) a importância do PMDB na base aliada do nosso governo e na composição da coligação eleitoral nacional para as Eleições 2010”. Fica a pergunta, por um acaso o PCdoB não faz parte da “base aliada do nosso governo e na composição da coligação eleitoral nacional para as Eleições 2010”? Ainda mais, nesse quesito, o PCdoB é um aliado histórico do PT nas eleições nacionais desde 1989, ao contrário do PMDB, que apenas recentemente, e de forma conjuntural, aderiu ao projeto nacional.
Outro elemento é que em momento algum se verificou uma cobrança, de forma contundente e pública, por parte do PMDB, condicionando o apoio a Dilma em troca do apoio ao clã da família Sarney no Maranhão.
A resolução coloca ainda que “(...) 4º Congresso Nacional do PT que definiu como objetivo principal de 2010 a vitória na eleição presidencial, com a candidatura da companheira Dilma Rousseff, para dar continuidade aos avanços do projeto democrático e popular liderado pelo Presidente Lula.” O PT inteiro está unido nesse objetivo e justamente por isso que a decisão de intervenção é ainda mais equivocada. Qual a força que terá a campanha de um PT acovardado e sob intervenção nacional?
Não bastou o exemplo trágico da intervenção nacional do PT no Rio de Janeiro, quando o partido havia deliberado pela candidatura própria e a direção nacional obrigou o apoio ao Garotinho, produzindo os resultados que todos bem conhecemos.
Essa decisão no Maranhão, acompanhada da retirada do Pimentel em apoio ao Hélio Costa (PMDB) em MG colocam um cenário extremamente acanhado do PT nessas eleições.
Paradoxalmente, no ano em que o governo Lula atinge seus maiores índices de aprovação e que terá o desafio de eleger Dilma, o principal partido da esquerda brasileira se apresenta com candidatura própria em apenas 11 estados. Desde a primeira eleição disputada pelo PT em 1982, nunca o partido teve um número tão baixo de Estados com candidatura do PT liderando o campo democrático e popular.
A maioria nacional do PT erra se acredita que uma eleição será ganha apenas por força de acordos e composições com partidos. Uma eleição polarizada como esta e com tudo que está em jogo, não pode prescindir de uma militância aguerrida e comprometida com um projeto de transformação. A decisão de intervir no Maranhão certamente caminha na contramão e pode ser um erro histórico que cobrará a sua conta.
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