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BRASÍLIA (Reuters) - A presidente eleita Dilma Rousseff fechou nesta terça-feira a cota de ministérios cujas indicações foram feitas pelos parlamentares do PMDB. Em almoço com o vice-presidente eleito e deputado Michel Temer (PMDB-SP), ela definiu que o maior partido da aliança que a elegeu ficará com as pastas da Previdência, Turismo, Agricultura, Minas e Energia e Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE).
Segundo auxiliares diretos da presidente ouvidos pela Reuters, os deputados Pedro Novais (PMDB-MA) já foi convidado e aceitou assumir o Ministério do Turismo. O atual ministro da Agricultura, Wagner Rossi, também foi convidado por Dilma a continuar no cargo e aceitou.
Nos dois casos, os nomes foram avalizados pela bancada do PMDB na Câmara dos Deputados. E a disputa por uma vaga na Esplanada dos Ministérios foi acirrada. Fontes do PMDB, ouvidas pela Reuters, contaram que Temer levou à Dilma o nome de pelo menos outros quatro deputados: Lernado Quintão (PMDB-MG), Almeida Lima (PDMB-SE), Maninha Raupp (PMDB-RO) e Mendes Ribeiro (PMDB-RS).
Dilma e Temer pretendiam anunciar os chamados ministros da cota do PMDB nesta terça, mas as indicações dos senadores peemedebistas sofreram alterações de última hora e o anúncio foi adiado para os próximos dias, provavelmente na quinta-feira.
O senador Edison Lobão (PDMB-MA) voltará a comandar o Ministério de Minas e Energia, a pedido de Dilma e da bancada do partido no Senado. Contudo, para a vaga na Previdência Social a presidente ainda não formalizou o convite para a nova indicação do PMDB, o senador Garibaldi Alves (PDMB-RN). Antes dele, o indicado era o ex-governador do Amazonas e senador eleito, Eduardo Braga, que teria declinado por considerar que não tem afinidade com a área, segundo relato de peemedebistas.
"A bancada se reuniu e me consultou se eu aceitaria a indicação e eu disse que sim. Mas ainda não recebi nenhum convite", disse Garibaldi à Reuters ao chegar a seu gabinete à tarde.
Mais tarde, em entrevista coletiva, Garibaldi afirmou que considera a área de Previdência Social um "desafio" na sua carreira política. " seriam mais fáceis de conduzir e resolver os problemas. Mas se você está na vida política ou em qualquer outra atividade você está para enfrentar os desafios", comentou sobre a provável nomeação.
Já o peemedebista Moreira Franco, que trabalhou na elaboração do programa de governo de Dilma Rousseff na campanha, é o nome do PMDB para assumir a Secretaria de Assuntos Estratégicos. Ele resistiu à indicação no começo, segundo fontes do partido, mas agora já aceita a ideia e deve ser convidado por Dilma em breve.
Ao concluir a negociação com o PMDB, Dilma se debruça agora para a escolha dos titulares das demais pastas e passa a atender a demandas dos outros partidos aliados.
Segundo petistas ouvidos pela Reuters, o objetivo da nova presidente é concluir até a data da diplomação - 17 de dezembro - o anúncio de todo primeiro escalão. Os presidentes de estatais e o segundo escalão serão divulgados só a partir de janeiro.
NOVOS MINISTÉRIOS
Dilma Rousseff deve criar pelo menos uma pasta a mais na sua gestão, que cuidará dos interesses das micro e pequenas empresas. Ainda sem nome oficial, tudo indica que o ministério será ocupado pelo senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE).
A escolha serve para atender dois interesses diretos: dar mais um ministério ao PSB, que perdeu a pasta de Ciência e Tecnologia para o PT, e abrir a vaga no Senado para o suplente de Valadares, o presidente do PT, José Eduardo Dutra.
Outra pasta que pode ser criada, mas que ainda não tem uma definição clara de Dilma, é a Secretaria de Aviação Civil, que cuidaria da gestão e investimentos nos aeroportos, o maior gargalo de transportes para a Copa do Mundo de 2014. A nova secretaria também pode ser fundida a Secretaria Especial de Portos.
(Com reportagem adicional de Maria Carolina Marcello)
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