segunda-feira, 20 de junho de 2011

Vereadores de Juruti acusam Prefeito de desviar recursos


Vereadores Glauber Andrade e Carlos Alberto interpelaram Prefeito Henrique Costa

Vereadores Glauber Andrade (Esq) e Carlos Alberto (ao centro) interpelaram Prefeito Henrique Costa (Dir.)

Fonte: O Impacto

Numa manobra frustrada o Prefeito de Juruti, Manoel Henrique Costa (PT), compareceu à Câmara Municipal de Juruti na terça-feira (14), atendendo um requerimento feito de última hora pelo presidente do Legislativo Municipal, quando já havia confirmada a presença da representante da ALCOA, para prestar esclarecimentos sobre o andamento da agenda positiva.
O Prefeito chegou atrasado na sessão e  iniciou sua fala ameaçando que responderia as perguntas de acordo com o tom que fosse perguntado e se fosse desrespeitado reagiria da mesma maneira. A ameaça se dá por conta de que Henrique já acumula vários pedidos de investigação junto a Justiça por parte dos vereadores de oposição que querem que os bens patrimoniais do Prefeito sejam investigados. Um desses pedidos foi feito ao Ministério Público e ainda sobre a crise no governo que começou quando o Jornal O Impacto divulgou matéria fazendo referência aos desmando que Henrique e seus secretários promovem em Juruti e seus patrimônios faraônicos adquiridos em pouco tempo.
Na sessão, o vereador Glauber Andrade (DEM) perguntou ao Prefeito se era verdadeira a informação repassada à Câmara pelo então gerente de relações comunitárias da Alcoa, Brício Lima, quando informou aos edis que o recurso da Agenda Positiva no valor de R$ dois milhões que seria para construir o matadouro tinha sido desviado para construção de um parquinho. Em resposta, Henrique disse que era uma acusação muito grave e que nunca usou dinheiro da Agenda Positiva para construir o parquinho, e complementou que o recurso do matadouro fora utilizado em outra obra, porque ele não achava justo a Prefeitura construir uma estrutura para a iniciativa privada ganhar dinheiro, pois, segundo ele, todo matadouro deve ser construído por quem que explorar esse ramo produtivo.
O vereador Glauber disse que não era a Prefeitura que iria construir e sim a ALCOA, através da Agenda Positiva, e que a resposta era um equivoco, como é um equivoco a gestão de Henrique em Juruti.
O vereador Erodice Brelaz (DEM) enumerou os valores repassados pela empresa só em impostos locais a partir dos anos de 2005, quando Henrique começou a governar, totalizam quase R$ 200 milhões, mais outras ajudas para contratação de médicos, doação de terrenos, desapropriação de terras, compensação por instalações,  somando assim mais de R$ 4 milhões e a Agenda Positiva avaliada em 50 milhões de reais, no geral mais de R$ 250 milhões. Henrique disse que não é nenhum favor que a empresa está fazendo para o Município e que está apenas cumprindo seu papel. O Prefeito falou que esse dinheiro está todo investido em obras e serviços.
Não deixou claro quais eram as obras, hora citava obras da Agenda Positiva construída pela ALCOA como obras do Município, pois atrapalhado, citava obras de convênios como construídos com recursos provenientes dessas arrecadações de impostos locais.
O vereador Carlos Alberto (DEM), líder da oposição, começou suas indagações dizendo ao Prefeito que o espaço entre as mesas de ambos era curto demais para haver falta de respeito e que a oposição também se portaria de acordo com a postura do Prefeito. Carlos Alberto afirmou ao Prefeito que o governo anterior ao seu trabalhou com o menor orçamento no valor de R$ 17 milhões no ano de 2004 e que tais cifras eram previsões. “Sua excelência em 2006, segundo ano de seu governo tinha só da parte da ALCOA R$ 18 milhões para investir, fora os repasses constitucionais e outras arrecadações. É uma diferença muito grande”, afirmou. Carlos Alberto perguntou por que o Prefeito mudava a Agenda Positiva junto com os presidentes da Câmara, nas legislaturas passadas, sem consultar os vereadores, numa total falta de respeito com os parlamentares, e acusou as secretarias de governo de negarem informação sobre licitações e valores de recolhimento de ISSQN. Mostrou ofícios enviados aos secretários e que não foram respondidos. O vereador Carlos Alberto denunciou que tudo isso levanta suspeita do governo. Perguntou, ainda, dos recursos repassados pela empresa para construir 16 salas de aula, sendo duas da escola Batista e duas da Escola Rosa de Saron não tinham sido construídos, bem como questionou por que a Prefeitura não indenizou moradores que tiveram suas casas retiradas de locais onde passaram as obras de drenagens, pois essas pessoas ficaram desprovidas de residência e caíram no descaso do poder público. Também Henrique foi questionado sobre a Casa Familiar Rural da comunidade do Batata, que estava na Agenda Positiva e nunca foi concluída.
O prefeito respondeu apenas que o dinheiro para construção das salas de aula das Escolas Rosa de Saron e Batista já tinha parte na conta da Prefeitura e parte ainda não haviam repassado. E o mais grave, é que o Prefeito disse que a Casa Familiar Rural do Batata estava prestado conta para a ALCOA, mas, segundo Carlos Alberto, a obra está abandonada. As outras perguntas o prefeito não respondeu.
No final de sua fala, Henrique fez menção ao jornal O Impacto, que segundo ele, o vem perseguindo, colocando denuncias infundadas nas suas divulgações.
O vereador Carlos Alberto disse que o prefeito não convenceu os vereadores, nem a opinião pública com respostas obscuras e que tenta maquiar os desvios de seu governo.   
Por: Carlos Cruz

Um comentário:

  1. Até quando o pouco caso e a impunidade vão assolar este país? Juruti faz-me lembrar de Tapiraí, mais uma "cidade sem cortinas" no estado de São Paulo, onde meu pai, o "Velho da Onça" foi brutalmente assassinado em seu pequeno sítio. Veja os detalhes em: http://almasaudavel.wordpress.com/2011/06/04/homenagem-postuma-ao-velho-da-onca

    Parabéns pelo trabalho sério que fazem aqui!
    Um forte abraço,
    Daril Simões

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